terça-feira, 16 de junho de 2009

DESABAFO DE UM BOM MARIDO (por Luís Fernando Veríssimo)

    Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.
    Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer
    pão elétrica.
    Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'.
    Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
    Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'.
    Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
    Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
    Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'.
    No começo Deus criou o mundo e descansou.
    Então, Ele criou o homem e descansou.
    Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.
    Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
    Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.
    Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode  também varrer a calçada.'
    Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'.
    'O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido...'

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